Tudo sobre IPCA

Por: Rebeca Ferraz em 02/08/2022

Inflação e preços altos, infelizmente, tem sido algo normal na vida do brasileiro. Mas será que você sabe que ele está ligado ao IPCA?

Fonte: Google Imagens

Continue com a gente e fique por dentro de tudo!

O que é IPCA?

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo determina a inflação em nosso país. Ele aponta as variações nos preços dentro de um conjunto de produtos e serviços no varejo, com destino ao consumidor final, que somos todos nós.

Ele foi criado em 1979, e mostra como isso tudo afeta no consumo das famílias, se um produto aumentou ou baixou, e como isso contribui na renda familiar.

É um dos índices de inflação mais tradicionais do país. O objetivo é abranger cerca de 90% dos indivíduos que moram nas regiões urbanas do Brasil.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é o órgão responsável pela medição do IPCA.

Ele é calculado mensalmente nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, São Paulo, Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Vitória, Recife, Fortaleza, Belém, Campo Grande, Brasília, Rio Branco e São Luís.

Mas, mesmo não sendo calculado em todo território nacional, o índice abrange todo o país.

Esse índice não afeta apenas a facilidade ou não de compra da população. Os investimentos pós-fixados que estão ligados a ele, e também os títulos do Tesouro Direto e alguns CDBs, podem influenciar na rentabilidade de acordo com a variação.

Quais são os produtos calculados por ele?

O IBGE define os produtos através da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Nela, ocorre uma avaliação do que as pessoas têm consumido, e como a renda familiar tem sido gasta para obtê-lo.

Para melhor entendimento, o índice calcula a variação de cada item, mas também o peso deles no orçamento.

Podemos citar como exemplo uma família composta por quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, onde todos eles consomem leite todos os dias.

Qual será o peso do produto no orçamento mensal da família, se a bebida custa em torno de R$ 7,00 a R$ 9,00 reais a caixa nos mercados de sua região, e a família tendo apenas uma renda de um salário mínimo?

É a partir daí que o IPCA faz sua análise e divulga o resultado.

Ele calcula da seguinte forma: o IBGE pega dados de um levantamento mensal de quase 430 mil preços, localizados em 30 mil locais espalhados nas 13 regiões metropolitanas, e nos três municípios do país.

Os itens levantados estão em diferentes categorias como: alimentação e bebidas; artigos de residência; habitação; transportes; vestuário; saúde e cuidados pessoais; educação; despesas pessoais e comunicação.

Além disso, o índice das famílias precisa estar na escala de 1 a 40 salários mínimos nas regiões que são alvo de estudo.

Como é feita a divulgação do índice

O IBGE divulga o IPCA de forma mensal, mas referente ao mês anterior. Costuma ser assim: em março, divulga o índice de fevereiro; e em abril divulga o de março.

Com isso, é possível comparar e analisar os índices mensais, bem como os trimestrais, semestrais e anuais.

De acordo com os dados do IBGE, o ano de 2021 teve um acumulado de 10,6% anual do índice geral.

Esse número representou a maior alta desde 2015, que fechou em 10,65%. No entanto, esse número do ano anterior ficou bem maior do que os analistas do mercado brasileiro estipularam, que colocava a inflação em 9,99%.

A alta dos combustíveis influenciou principalmente o gasto com ‘Transportes’, que subiu 21,03%, sendo o setor de maior impacto em 2021 para o cidadão brasileiro.

Na sequência, veio ‘Habitação’ com 13,05% e ‘Alimentação e bebidas’ com 7,94%. Esses três somados, representaram 79% do índice que impactou na renda das famílias.

A desvalorização do real em relação ao dólar americano, e a crise hídrica que influenciou no aumento das contas de luz, também colaboraram para a alta na inflação.

Em 2022, março foi o mês de maior alta, chegando a 1,62%. Somando todos os meses do ano, o IPCA já está acumulando 5,49%.

Outros índices realizados pelo IBGE

Mas não é apenas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo que estuda a inflação brasileira. O IBGE tem mais quatro índices que ajudam a entender a economia brasileira: IPCA-15, IPCA-E, IPP e SINAPI. Todos eles ajudam para medir a inflação.

IPCA-15

O IPCA-15 é uma espécie de análise prévia do IPCA. Ele realiza sua coleta de dados entre os dias 16 do mês anterior e 15 do mês seguinte, e traz uma referência de como será o resultado ao fim do mês.

Isso ajuda o IBGE a ter uma noção se haverá uma queda ou alta dos preços, pois as pesquisas são feitas a cada 15 dias.

IPCA-E

O IPCA-E é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial que, por outro lado, faz a divulgação de seus dados de forma trimestral.

No entanto, ele coleta as informações do IPCA-15, e faz um balanço a cada três meses da inflação nacional. A realização das pesquisas acontece em serviços públicos, concessionárias, domicílios, prestadores de serviço e em estabelecimentos comerciais.

IPP

O IPP é o Índice de Preços ao Produtor. Ele mede as variações de preços que são voltados para as indústrias de transformação ou extrativas.

Mas vamos explicar melhor: as empresas de extração são aquelas que retiram as matérias-primas, para a produção de bens de consumo para toda uma população.

Em contrapartida, as indústrias de transformação são aquelas que fazem os bens de consumo. Ele serve de indicador da performance da indústria nacional.

SINAPI

E por fim, o SINAPI é a sigla para Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.

Em parceria com a Caixa Econômica Federal, mostra a variação de preços dos produtos e serviços voltados para a construção civil brasileira.

Os dados são coletados pelo IBGE, que realiza uma tabela que é divulgada pela Caixa. Desse modo, a partir daí, são feitos os orçamentos de obras públicas que precisam usar essas tabelas de forma obrigatória.